segunda-feira, 12 de março de 2012


Já não sei beber delas
como outrora me alcoolizavam.
Envelheço no lume oculto
junto à fera que as diz.
Ignoro o seu sentido,
desconheço já o seu sabor.
Regresso à insónia do corpo
sem que elas construam castelos.
Tenho a alma trespassada
pela memória dos lugares
dantes povoados em mim.


Morreram-se-me as palavras.



3 comentários:

JoanaLobo disse...

para si, e simplesmente impossivel que as palavras morram e sabe porque ? "Basta sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo." Rainer Maria Rilke

Reflexo do olhar disse...

Faço minhas as palavras da Joana e digo mais, as palavras não poderão morrer quando numa alma flores-se uma luz tão forte. Por vezes é preciso organizar o nosso silêncio para que as palavras construam o sentido que desejamos.

Carlos Ramos disse...

Encontrei o teu espaço casualmente, estava á procura de criticas a um filme que vi este fim de semana e de que gostei uito "Closer" do Mike Nichols.
Pela reflexão, pela qualidade da escrita, parabens, que não te morram as palavras, nem morras tu nelas....