sábado, 24 de novembro de 2007

Finding Neverland de Marc Forster


Num mundo que asfixia, cada vez mais, a capacidade de sonhar, concedendo-lhe um espaço acanhado e recôndito, surge este filme, que traz à luz o poder da imaginação e mostra como o mundo se transforma quando nos permitimos sonhar. Marc Forster traz à tela uma das mais comoventes histórias e tem sucesso onde outros falharam. Nada é imposto ao espectador, ele é atraído espontaneamente pelo espírito do escritor J.M.Barrie e acompanha deliciado à criação de uma das mais belas personagens de sempre, Peter Pan. Não há lugar para dramatismos supérfluos, o que transparece é uma emoção pura em honestidade, que torna Finding Neverland verdadeiramente encantador.

O elenco é notável. Johnny Depp mostra, mais uma vez, a sua versatilidade e confirma porque é um dos mais talentosos actores dos nossos dias. Kate Winslet , depois da carismática e marcante Clementine em Eternal sunshine of a spotless mind, entrega-se de forma irrepreensível a esta mãe doente, dando-lhe intensidade e uma alma que deixa o espectador rendido a esta interpretação, ainda que contida, comovente e arrebatadora.

Finding Neverland não se preocupa com a concretização de sonhos, mas sobretudo com a capacidade de sonhar, de imaginar mundos para além deste, de manter um cantinho de nós recheado com o espírito de criança, ao qual podemos (devemos) recorrer para não ficarmos submersos pelos problemas do quotidiano, para podermos continuar a imaginar, para vivermos um pouco mais iluminados.

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