Aqui em cima onde nada nos toca, o silêncio é testemunha desta harmonia em tons prateados. Olhamos o mundo lá em baixo e tudo está como deveria: longe, sem nos afectar. Somos senhores do tempo e os segundos curvam-se aos nossos pés. A brisa roça-te a pele e segue num voo lânguido, beijando as estrelas que perfumam o infinito pano negro. O teu olhar pinta a noite e reflecte o sossego macio do céu. O horizonte subleva-se diante de nós e sorri com a sintonia dos nossos gestos. O fundo do mar acena ao fulgor que nos preenche a aura e ao som da demência que nos envolve. Por fim, beijo-te agradecendo a mestria nesta comunhão de sentidos. E o toque dos lábios é quando o tempo pára e o mundo se transforma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário