sábado, 24 de novembro de 2007

Kill Bill Vol 1 & 2 de Quentin Tarantino


Depois dos marcantes "Resovoir Dogs", "Jackie Brown" e do perfeito "Pulp Fiction", eis que surge este Kill Bill e que melhor regresso se podia esperar do realizador, argumentista, actor e acima de tudo amante do cinema, Quetin Tarantino. Homenagem aos filmes de artes marciais e influenciado pelos western-spaghetti, este primeiro volume, introduz a história e os traços do plano de vingança d'A Noiva contados em vários capítulos. O filme contém das melhores cenas de acção jamais filmadas, que devido ao exagero e extremismo se tornam hilariantes. Neste primeiro volume destacam-se Vivica Fox, Lucy Liu, que é protagonista de uma das mais marcantes cenas do filme, o Council, para além claro do duelo com a Black Mamba, esta cena tão bem emoldurada com a espectacular "Don't Let me be Misunderstood". Mas também de referir Sonny Chiba e a personagem perversa de Chiaki Kuriyama, Go-Go. E como já nos habituou Tarantino a música tem ela própria um papel de destaque na película, como é exemplo a poderosa "Battle Without Honor or Humanity" de Tomoyasu Hotei. Este volume constitui um harmonioso conjunto de sensações e cenas carimbadas pela qualidade e humor distinto de Tarantino.

Mas se há coisa que este primeiro volume faz, é deixar ânsias para ver no que consiste o segundo. E se é Tarantino que queremos, é isso que temos neste "Final Cut". Aqui as personagens ganham densidade, são construídas mais intensamente e desta forma aprofunda-se cada uma delas, com destaque óbvio para a de Uma Thurman que é no mínimo versátil, conseguindo vestir a pele da melhor assassina que põe de lado toda a piedade e compaixão, mas ao mesmo tempo representa aquela a quem lhe tiraram tudo, menos a vida, apesar de terem tentado, construindo assim uma personagem memorável. David Carradine está brilhante no seu Bill, fazendo conviver na sua personagem duas facetas aparentemente contrárias, por um lado um assassino impiedoso mas que mostra por outro ser dono de um romantismo inexplicável. Mas não podia deixar de destacar aquela personagem que me caiu nas graças por todos os seus carismáticos aspectos, Elle Driver, interpretada de forma distinta e sublime por Daryl Hannah, personificando exemplarmente todo o sadismo e crueldade existentes, que em vez de Califórnia Mountain Snake podia ser conhecida por The Bitch!

Kill Bill é entretenimento puro, um festim de sensações, um prazer visual e auditivo que se transforma quase instantaneamente em clássico da 7ª arte, que consagra Tarantino e o coloca, sem sombras de dúvidas, isto se ainda existia alguma, ao lado dos maiores realizadores e argumentistas da história do cinema.

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